Olá, filhotes!

Não devia ser eu a escrever-vos hoje, mas a minha Pipa viu o vídeo de apresentação que o irmão lançou e decidiu fazer boicote ao blog.

Eu bem lhe disse "Ó Pipinha, deixa, que aquilo é coisa da idade..." e ela a insistir que ele retirasse o filme do ar. E chegou uma altura em que tive de lhe dizer "Ó Pipuxa, o João também tem de se exprimir artisticamente!". Ela lá reclamou que nós tomamos sempre partido do bebé, mesmo quando ele está apostado em arruinar a imagem social dela (ai, filhos, estes adolescentes...), e decidiu que ia continuar a fazer a sua parte na redução do lixo, porque já se tinha comprometido e é a coisa certa, mas que não contássemos com ela para escrever neste espaço. Muito cheia de princípios, a minha Pipa, mas teimoooosa...

Enfim, é por isso que sou eu a escrever-vos hoje. Mas adiante.

Estamos a entrar na quarta semana de lixo zero e deixem que vos diga que não é simples! Tem valor, faz com que cada pequeno passo pareça uma grande vitória, sentimos que estamos a contribuir para algo maior, mas não é simples.

Primeiro, porque temos de reprogramar o cérebro para alterar pequenos gestos que já se tornaram hábitos (parece que fazer lixo se tornou na marca registada da nossa sociedade) e, depois, porque as alternativas de quem se aventura por este caminho são reduzidas. Cada vez mais e melhores, mas ainda algo limitadas.

Cheira-me que, se nos acompanharem - e espero que o façam! - vão ouvir falar muito em embalagens, portanto, não vale a pena adiar, começo já e pronto! Cortar nas embalagens é o maior dos desafios de quem se propõe a produzir lixo zero!

Este era o lixo em embalagens que fazíamos num dia normal, cá em casa, antes de começarmos.


Ai, filhos, até tenho vergonha! Mas é como vos digo, como era um hábito, nem questionávamos. Foi só quando me pus a olhar para isto com olhar crítico, que percebi que, apesar de até sermos uma família com alguns cuidados e apesar da reciclagem estar mais que enraizada em nossa casa, nós éramos parte do problema.

Comprávamos tudo embalado e mais que embalado! Não é ecológico e não é económico! Aliás, de cada vez que olho para esta imagem, parece que oiço a minha mãe a dizer "Ó Maria Graciete! Bacalhau congelado?! E desde quando é que os enlatados são para todos os dias? É bom ter uma latinha de feijão e de grão na despensa, para as eventualidades, mas as leguminosas compram-se secas e põem-se de molho!". E já nem falo do saco que transportava o molhinho de coentros... Ai, minha rica mãezinha!

E esta tem sido a minha primeira missão! Começar a "desembalar" a comida. Voltar um bocadinho atrás, a hábitos mais saudáveis, planear compras, planear refeições, redescobrir algumas tradições, recuperar um bocadinho de uma altura em que conhecíamos a quem comprávamos e sabíamos de onde vinha a nossa comida.

Filhotes, isto demorou mais do que estava planeado! Tenho de ir terminar o almoço, mas, para a próxima, continuo a contar-vos sobre esta transformação e sobre como também podem reduzir o lixo produzido nas vossas casas.

Vão aparecendo, que gostamos de vos cá ver!

Beijinhos da vossa Graciete

Comentários

  1. Bom dia, Graciete. A minha família também já está comprometida com o desafio lixo zero.

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    1. Que bom! Temos pesquisado bastante e descobrimos que há cada vez mais indivíduos e famílias a seguirem esta tendência de viver sem gerar resíduos (ou gerando o mínimo possível). Parece-nos um passo importante na direcção certa, esta consciencialização que a mudança pode começar (e começa!) com cada um de nós.
      Obrigada pela partilha e talvez venhamos a trocar algumas dicas, porque este projecto está numa fase muito inicial e vão, com certeza, surgir ainda muitas dúvidas!

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